Você tem medo de dramatizar? Não é difícil observar um terapeuta jovem perguntar a seu paciente se ele quer dramatizar tal ou qual cena. Menos raro ainda é obter como resposta um não – porque ele, paciente, está cansado, porque hoje não é um bom dia etc. O que se observa aqui é uma complementariedade dos sistemas de defesa paciente-terapeuta.
Como se o paciente respondesse exatamente aquilo que o medo do terapeuta deseja, ou seja, não trabalhar dramaticamente. Uma possível forma de racionalização do terapeuta seria : ” foi o paciente quem não quiz dramatizar,- eu bem que tentei!”
Melhor seria que, com medo ou não, esse terapeuta se levantasse da sua própria cadeira, andasse pela sala e chamasse seu paciente:“Vem, vamos trabalhar!“ É um convite imperativo o que se necessita desenvolver, não um convite condicional ( na realidade condicionado pelas defesas do terapeuta).
Papel do docênte
Já há muito observo, desde meu papel de professora e supervisora, que parte das dificuldades que jovens terapeutas atribuem ao “cliente difícil que não aceita dramatizar”, na realidade constitui uma dificuldade deles próprios iniciarem o tratamento de forma didática para o cliente e levá-lo adiante de forma segura e tecnicamente capacitada.
Enfim, estimulada pelas perguntas maravilhosas dos meus alunos, comecei a criar, sínteses, folhas-resumo, tabelas, desenhos, enfim tudo o que podia para tornar mais claras, minhas idéias e minha prática. Espero que estas sistematizações possam ser úteis aos que procuram desenvolver seu papel de psicoterapeuta. Desenvolverei minhas idéias em oito tópicos descritos a seguir:
Como estabelecer uma relação terapêutica que facilite a prática psicodramática posterior: contrato (hora, local preço, reposições); entrevistas, pacientes que não querem dramatizar, etc.
Enquadre Básico da Psicodrama Bipessoal
Como Auxiliar o cliente ¾ ele e não o terapeuta ¾ a escolher, focar e aprofundar um tema e se é melhor utilizar um psicodrama com cena aberta ou um psicodrama interno
Aquecimento e Manutenção do Aquecimento, num Psicodrama de Cena Aberta.
Trabalho com a Cena Inicial, encadeamento de e como articular o tempo ¾ presente, passado e futuro ¾ na dramatização
Decidir qual técnica, dentre as existentes utilizar
Psicodrama com Cena Regressiva – a criança interna do adulto
Como finalizar uma dramatização e manejar o fim da sessão quando o tempo se esgotar no meio de uma dramatização.
Fui convidada e desconvidada para participar de uma palestra, aonde se fazia uma Crítica à Psicanálise, discutindo o livro de Catherine Meyer, “O Livro Negro da Psicanálise”. Diante da polêmica criada pelo livro, os editores deixaram de patrocinar o debate. Portanto a crítica que eu havia escrito e que agora, apresento, aqui no meu blog, não foi publicada, nem discutida.
Esta é a terceira vez que me deparo com uma crítica tão contundente contra a psicanálise e contra Freud.
Primeiro encontro
A primeira vez foi através da obra de Alice Miller: “ O Drama da criança bem Dotada da Alice Miller (1993) “e “ Breaking Down the Wall of Silence “ ( revisto 1997).
Alice Miller nasceu na Polônia em 1923 foi educada e viveu na Suíça,. Morreu no ano passado aos 87 anos. Completou a sua formação psicanalítica em Zurique, praticando a psicanálise por mais de 20 anos. Em 1973, aos 50 anos de idade, fazendo uma pintura espontânea, descobriu sua história de infância. A partir daí começou a questionar radicalmente a validade das teorias psicanalíticas. Sobretudo o Complexo de Édipo e a Teoria da Sedução Infantil. Em 1988 ela se demitiu da Sociedade Psicanalítica Internacional Associação Internacional. A partir de então começou a ajudar pacientes de forma diferente, validando as questões referentes ao abuso infantil e suas consequências futuras.
Segundo encontro
A segunda vez foi em 1998 ao escrever o capítulo final do meu segundo livro. Ele fala sobre abuso profissional nas áreas das psicoterapias e me deparei com o livro: “ Atentado á Verdade: a supressão da teoria da sedução por Freud “, do autor Jeffrey Moussaieff Masson. Este autor, foi diretor dos arquivos freudianos, por cerca de 10 anos, 1970-80. Junto com Ana Freud e, por conta de reescrever a correspondência de Freud – Fliess (melhor amigo e interlocutor nos inícios da teoria psicanalítica) folheou os manuscritos originais de Freud.
Baseado nesta leitura e em notas de rodapé do próprio Freud, bem como em cartas que Freud escreveu a Ferenczi em 1932, concluiu que Freud nunca abandonou a questão do abuso sexual de suas pacientes até o final da vida, e que só voltou atrás, propondo a teoria da sedução infantil, para não ficar isolado e comprometer o avanço da teoria psicanalítica.
Esta é, portanto a terceira vez que ouço falar neste assunto e, confesso a vocês, que foi a leitura mais detalhada de todas e a mais feroz e radical. Fiquei chocada e sofrida ao ver alguns dos autores duvidarem abertamente da honestidade científica de Freud, atribuir-lhe adjetivos desonrosos como mentiroso, falseador de curas, publicitário, etc. Mas recomento a leitura do livro , que considero valioso e instigante porque levanta questões extremamente atuais no campo das psicoterapias e das ciências humanas de forma geral.
Vou discutir apenas algumas destas questões, aquelas que coincidiram com a minha experiência pessoal e profissional ao longo de 35 anos de clínica.
Teoria da Sedução Infantil de Freud e o impacto das experiências de abuso infantil
1- A propriedade ou não da Teoria da Sedução Infantil de Freud e o impacto das experiências de abuso infantil precoce (abuso sexual, físico, emocional, etc.) sobre o desenvolvimento da personalidade.
Freud, no início de sua vida profissional (1895-1897) ouvindo a histéricas relatarem cenas de abuso sexual por parte de pais, cuidadores ou crianças mais velhas achou que era esta situação traumática a causa das psiconeuroses.
Em 1896 apresentou estas conclusões à Sociedade Vienense de Psiquiatria e Neurologia (A Etiologia das Psiconeuroses), sendo extremamente mal recebido e rejeitado por seus colegas. Isolado sociométricamente Freud atribuiu à resistência as críticas recebidas e defendeu-se como pode. Porém cerca de um ano depois, em carta a Fliess ele começa a mudar de opinião e passa a duvidar de suas conclusões. Em 1905 , afirma em texto publicado que a sedução infantil não é real na maior parte dos casos, mas é fruto da imaginação do pacientes, das peculiaridades do desenvolvimento sexual infantil e do enfim formatado Complexo de Édipo.
Bom esta é a história. Se Freud mentiu, omitiu, foi covarde é uma questão de interpretação. Eu acho que ele fez tudo o que um cientista primoroso faria no seu momento histórico. Inclusive sua forma de relatar suas duvidas me parece sincera e corajosa.
O que sim é imperdoável é encontrar colegas que, em pleno sec. 21 repetem, de forma rígida e estereotipada, hipóteses Freudianas ultrapassadas. A questão do abuso infantil, por exemplo, é muito séria e muito frequente, e não só a questão do abuso sexual, mas do abuso físico, psicológico, social, etc.
Segundo dados da Unicef (Fonte: Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância ) sabemos que :
• De hora em hora morre uma criança queimada, torturada ou espancada pelos próprios pais.
• 6,6 milhões de crianças menores de 14 anos (12% do total) são vítimas anualmente de alguma forma de violência doméstica. Em média:
• 18 mil crianças vitimizadas por dia,
• 750 crianças vitimizadas por hora
• 12 crianças agredidas por minuto.
Abuso sexual
Quanto ao abuso sexual, nossas estatísticas são muito ruins, mas só para vocês avaliarem a extensão da questão num recente artigo americano o cálculo é que 20% de mulheres e 5 -10% de homens americanos sofrem algum tipo de abuso sexual durante suas vidas.
Os pacientes que nos procuram no consultório em geral, trazem alguma queixa de abuso e suas defesas estruturadas em sintomas nos falam disso. Frequentemente, nós terapeutas , somos a primeira ou uma das poucas pessoas que sabe o que ocorreu e se nós os desacreditarmos, estaremos cometendo uma violência redobrada pois eliminaremos a esperança de ver sua dor reconhecida e sua dignidade resgatada.Portanto é imperdoável que em nome de Freud se cometa uma barbaridade desta.
Eficácia
2- A questão da eficácia das psicoterapias e qual método psicoterapêutico e mais eficiente para qual patologia- este é outro tema que o livro aborda e que me interessa discutir um pouco.
Vejam quantos tipos de psicoterapia eu consegui listar , numa breve consulta à internet:
1. Psicanálise
a. Freudiana
b. Kleiniana
c. Lacaniana
2. Análise Junguiana
3. Gestalt-terapia
4. Psicoterapia de grupo
5. Psicodrama
6. Terapia comportamental
7. A terapia cognitivo-comportamental
8. ACT- Commitment and Acceptance Therapy ( Terapia do Compromisso e da aceitação?)
Nos Estados Unidos as terapias cognitivas que ocorrem em 12 sessões, com reforços eventuais, são as mais patrocinadas pelo Social Security , gerando enorme competição no mercado das psicoterapias e fazendo com que todas as outras formas também patrocinem estudos que certifiquem eficácia comprovada em poucas sessões. É óbvio que todas estas formas de psicoterapias disputam o mesmo mercado de pacientes.
Por coincidência , acabei de receber uma revista sobre psicoterapias que assino e que mostra um estudo comparativo da eficácia das terapias breves com aquelas de maior duração. As de maior duração são mais eficazes e mais consistentes neste estudo. Sei também de um estudo de neurociência aonde fica evidente que as terapias de longa duração criam caminhos cerebrais novos, o que é comprovado por exames de imagem cerebral.
De qualquer forma faltam , realmente, estudos sérios e longitudinais sobre este tema. No Brasil estudos com uma amostragem representativa são inexistentes. Se existem pesquisa são em Terapia Comportamental e com uma amostra ínfima, em geral estudos de caso.
AMIGOS DO ZIPPY
O conceito fundamental do programa Amigos do Zippy é muito simples:
Amigos do Zippy é um programa de desenvolvimento emocional e social para os anos iniciais do Ensino Fundamental, e compreende uma série de seis histórias intituladas “Amigos do Zippy” . O Zippy é um inseto – um bicho-pau – e seus amigos são um grupo de crianças. Se crianças pequenas aprenderem a lidar com suas dificuldades, elas serão mais aptas a lidar com problemas e crises na adolescência e na idade adulta.
As histórias mostram esses personagens enfrentando problemas que são familiares às crianças: amizade, comunicação, solidão, bullying, mudanças, perdas e outras dificuldades. Cada história é ilustrada com uma série de figuras coloridas.
O conteúdo é dividido em 6 módulos, cada um baseado em uma das histórias. Cada módulo possui 4 aulas de uma hora, ministradas preferencialmente uma vez por semana. Dessa forma, o programa tem duração total de 24 semanas. É usual começar em abril e terminar em outubro, mas existem outras opções.
Construindo habilidades sociais na escola primária
(David Bornstein é o autor de “Como Mudar o Mundo”, que foi publicado em 20 línguas, e “The Price of a Dream: The Story of Grameen Bank”. É coautor de “Empreendedorismo Social: O que todos precisam saber. “Ele é co-fundador dos Solutions Jornalismo da Rede, que apoia relatório rigoroso sobre as respostas para os problemas sociais)
Construindo habilidades sociais na escola primária. Este é um programa de aprendizado social e emocional para ser desenvolvido nos primeiros anos de escolaridade das crianças. No início de 1990, cerca de 50 educadores infantis foram convidados a avaliar as habilidades sociais e de comunicação de 753 crianças em suas salas de aula. Era parte do “Fast Track Project,” uma intervenção e estudo administrado em Durham, NC, Nashville, Seattle e Pensilvânia central. Os objetivos foram compreender e ajudar crianças a desenvolverem habilidades sociais saudáveis.
Usando uma ferramenta de avaliação chamada “Escala de Competência social”, os professores foram convidados a atribuir a cada criança uma pontuação. Esse pontuação se baseava em qualidades que incluíam “cooperar com os seus pares sem avisar”; “ser útil para outras pessoas”; “bom em entender os sentimentos”; e “resolve problemas sozinho.
Observação
Neste mês, pesquisadores da Pennsylvania State University e Duke publicaram um estudo que olhou para o que tinha acontecido com os alunos dos 13 aos 19 anos. Os alunos foram observados desde que deixaram o jardim de infância. Suas descobertas justificam maior atenção, porque as avaliações dos professores da época infantil foram extremamente prescientes.
Eles previram vários resultados. Por exemplo: se as crianças se formariam no ensino médio sem repetir de ano. Se conseguiriam um diploma universitário, se teriam empregos estáveis. Observaram se iriam depender da assistência social, se seriam detidos na adolescência ou presos na vida adulta. As pontuações dos professores de jardim de infância também se correlacionaram com o número de detenções que um jovem adulto teria, por delitos graves , até 25 anos de idade.
Os investigadores controlaram, estatisticamente, várias variáveis . Tais como: pobreza, raça, ter pais adolescentes, estresse familiar, moradia em bairros com violência, agressão infantil e nível de leitura no jardim de infância.
Um dos principais resultados: crianças que tiveram altas notas em habilidades sociais no primário, tiveram quatro vezes mais probabilidade de se formar na faculdade do que aquelas que pontuaram baixo.
JASON HENRY (NEW YORK TIMES)
Estes resultados adicionados a um crescente corpo de evidências – incluindo estudos de longo prazo extraídos de dados na Nova Zelândia e Grã-Bretanha – têm profundas implicações para os educadores. Estes estudos sugerem que, se queremos que muito mais crianças tenham uma vida plena e produtiva, não é suficiente as escolas se concentrarem exclusivamente no treinamento acadêmico.
Intervenções poderosas
De fato, uma das intervenções mais poderosas e rentáveis é ajudar as crianças a desenvolverem habilidades sociais e emocionais essenciais. Habilidades como auto-gestão, autoconhecimento e consciência social – absolutamente necessárias para que os alunos aproveitem plenamente a sua educação, e obtenham sucesso em muitas outras áreas da vida.
“Essas habilidades precoces, especialmente a capacidade de conviver com outras pessoas, são as que fazem outras crianças gostarem de você e, os professores gostarem das crianças”, disse Mark T. Greenberg, professor de Desenvolvimento Humano e Psicologia na Universidade Penn e coautor do estudo. “E quando as crianças se sentem gostadas que ficam mais propensas a se acalmar e prestar atenção, a não serem repreendidas e acolher os benefícios de estar em uma sala de aula.Estas habilidades aumentam ao longo do tempo; é como uma cascata. As crianças ficam mais ligadas com colegas e adultos saudáveis , mais conectadas com a escola como instituição e , independente de seu QI, terão menos problemas na escola e na vida.
No Brasil
Este não é um conhecimento novo. Em uma pesquisa nacional, mais de 90 por cento dos professores disse que era importante para as escolas promover o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais dos alunos (às vezes chamados de habilidades do século 21, as habilidades não cognitivas, ou de educação de caráter). Mas muitos lutam para integrar este tipo de ensino em suas salas de aula.
Uma organização que está trabalhando para isto. Ela chama-se “Casel “ de Chicago, que já há três ou quatro anos tem ajudado os distritos escolares a incorporar o aprendizado social e emocional nas cidades de Anchorage; Austin; Chicago; Cleveland; Nashville; Oakland; Sacramento; Washoe County; e, recentemente, Atlanta.
“O objetivo é levar o aprendizado a estes distritos e compartilhá-los com 15.000 outros distritos”, disse Roger P. Weissberg, professor de psicologia e educação, que é diretor da Casel. “Cada distrito tem a sua forma de aplicar este trabalho. “O desafio é integrar um programa que saiu das pesquisas científicas com outras prioridades escolares.
Programas eficientes de integração
As evidências indicam que os programas eficazes conseguem esta integração. Casel vem acompanhando esse trabalho há anos. Em 2011, Weissberg foi coautor de uma meta-análise de estudos de 213 programas de aprendizagem social e emocional nas escolas. Os estudos atingiram 270 mil alunos. A avaliação concluiu que os programas produziram ganhos significativos na aquisição de habilidades sociais, atitudes, e comportamento acadêmicos.
Este ano, pesquisadores da Teachers College da Columbia University fizeram uma estimativa do valor econômico de seis diferentes programas de aprendizagem social e emocional . Avaliaram o impacto dos programas em variáveis como salários futuros e custos sociais e constataram que os programas produziram um retorno médio de US $ 11 para cada dólar investido.
Apoio para prosperar
Os Estados Unidos continuam muito atrás de outros países no sentido de garantir que as crianças pequenas recebam o apoio que precisam para prosperar. Seja através de licença parental remunerada ou programas pré-escolares. Um dos aspectos mais preocupantes dos testes de altas performances escolares é que ele levou muitas escolas a se concentrar em estimular a leitura , o aprendizado de matemática e a preparação para testes em detrimento de outras metas educacionais.
No entanto, a consciência da necessidade de apoio precoce está começando a se destacar em todo os Estados Unidos. Um grande esforço nesta área é o escritório da Califórnia para a reforma da educação distrital, ou iniciativa Distritos Core. Trata-se de uma iniciativa para melhorar a qualidade da escola entre 10 distritos escolares que incluem Fresno, Los Angeles, Oakland, Sacramento e San Francisco. Essas localidades estão atualmente testando métodos alternativos para avaliar o sucesso escolar. São medidas que agora levam em conta as habilidades sociais e emocionais dos alunos. (Os distritos têm recebido aval das autoridades federais para fazer isto).
“Estamos colocando uma lanterna sobre as habilidades sociais e emocionais para ajudar as escolas a pensar sobre o papel que desempenham”, disse Noah Bookman, diretor de prestação de contas da “ Core”. “Nós pensamos que a qualidade da escola não se resume apenas ao sucesso acadêmico, mas também sobre o desenvolvimento de toda a criança. É essencial que estados e distritos tenham mais flexibilidade sobre o que medir. “
Cuidado
Eric Gordon, chefe do Distrito Escolar de Cleveland, lembrando o grito de alerta da tragédia de 2007 aonde um estudante, com histórico de dificuldades emocionais , retornou à sua escola após uma suspensão, matando estudantes e dois professores antes de se matar . “Nós ainda falamos sobre isso hoje, porque fizemos um compromisso de nunca parar de falar, para assegurar que nenhuma criança se sinta tão desesperada novamente”, disse Gordon. ” Já faz sete anos agora que estamos investindo em estratégias de aprendizagem social e emocional em Cleveland.”
O distrito juntamente com o sindicato dos professores começou em 2008 a introduzir a instrução do jardim de infância até a segunda série. Para isso é usado um programa chamado promoção de estratégias de pensamento alternativo. Mais tarde, ela se expandiu para as outras séries mais avançadas. Através dele, as crianças aprendem como reconhecer, comunicar e gerir as suas emoções, ler as emoções dos outros, resolver problemas e mudar padrões de pensamento negativo.
Mudanças
Quartos de suspensão da escola foram substituídos por “centros de planejamento”. Nesses espaços os alunos trabalham através de problemas ou praticam a melhor forma de lidar com conflitos. As escolas têm equipes treinadas em aprendizagem social e emocional que também trabalham com as famílias.
Três vezes por ano, o distrito administra uma pesquisa online para medir o progresso entre os seus 39.000 alunos, perguntando-lhes sobre a segurança, apoio escolar, relacionamentos com seus pares e habilidades sociais. “Temos anos de dados”, disse Gordon. “Nossos atuais alunos da nona série tem uma classificação de 30% maior em suas habilidades sociais e emocionais do que a turma do 10 e 12 graus , que não tiveram a intervenção.
“Nossa equipe de professores e autoridades competentes dá muito valor a estes dados, exatamente como se fossem as notas de leitura e matemática. Isso é o que faz com que sejam uma prioridade. Todos os anos”, acrescenta ele, nós reunimos um grupo de 300 a 400 crianças, para identificarem os maiores problemas nas escolas. Três anos atrás, disse ele, o problema número 1 foi a segurança na escola. Dois anos atrás, ele caiu para a 2. E no ano passado, ele caiu para a 3. “
Expansão
Inicialmente, a Iniciativa Bairros Colaboradores abrangeu oito distritos. Um nono foi adicionado recentemente. Após Meria Carstarphen, ex-chefe das escolas públicas de Austin, se tornar superintendente da escola de Atlanta e pressionar a Casel para incluir a cidade da Geórgia na intervenção. Em Austin, Carstarphen liderou a integração de aprendizagem social e emocional no sistema escolar, e viu melhorias nas taxas de disciplina, assiduidade e graduação. “Tendo trabalhado em grandes sistemas escolares urbanos desafiadores, estou convencido de que, se não fizermos isso nas escolas, é provável que muitas crianças não aprenderão essas habilidades em casa”, disse Carstarphen.
Atlanta está se recuperando de um grande escândalo. Os desafios culturais são significativos. “Temos que ser muito insistentes sobre o ensino dessas habilidades para os adultos. Para que eles aprendam apliquem nos seus relacionamentos e ensinem as crianças. Precisamos que dos inteligentes e dos afetivos para ensinar as crianças a serem melhores adultos do que jamais fomos.
Até agora, os investigadores que estão avaliando a intervenção. Eles descobriram que os distritos participantes estão vendo melhoras no comparecimento à aula, disciplina e até no desempenho acadêmico. Mas implementações bem-sucedidas podem levar anos. “É difícil de implementar tudo de uma vez, disse Melissa Schlinger, vice-presidente de Casel para programas e práticas. Austin foi desenvolvendo de forma escalonada, para que seja algo efetivo e não uma moda passageira “
O que acontecerá com os alunos quando deixarem a escola?
Há uma pergunta instigante a ser feita. O que acontecerá quando os alunos, armados com habilidades sociais e reflexivos, deixarem a escola e voltarem a entrar no mundo real? Um lugar com os pessoas implacáveis ou agentes da polícia, que podem não estar interessados em falar sobre os problemas?
Isso aconteceu com um grupo de estudantes do ensino médio de Nova York que estavam estudando a justiça restaurativa. Eles tiveram um infeliz encontro com um policial à paisana no metrô. Uma troca de palavras rapidamente se transformou em a detenção de dois estudantes – incidente examinado em um episódio do programa de rádio semanal público : Vida Americana.
“A aprendizagem social e emocional tem sido sempre um fundamento essencial da educação”, observa Ed Graff, superintendente do Distrito Escolar de Anchorage. “As pessoas estão agora em um ponto onde eles estão começando a ver o valor e os benefícios destas metas. Não é algo que é uma tendência. É o resultado do que fazemos na educação. Nosso próximo passo é levá-la para fora para além da educação, para nossas comunidades e em todo o estado. É aí que reside a real necessidade destas intervenções.
Será que dá para manter o desejo sexual sempre vivo em relações estáveis como o casamento?
Por que o bom sexo se desvanece em casal que continuam se amando? A intimidade garante o bom sexo? Como podemos continuar desejando o que já temos? Porque o desejo erótico cai após o nascimento dos filhos? Essas são algumas das questões exploradas por Esther Perel, pela psicoterapeuta belga.
Perel coloca em pauta a crise de desejo dentro de relações românticas. O querer e a expressão de individualidade dentro de uma relação, envolvendo preferências e livre-arbítrio.
Sempre esperamos que nossos amados sejam nosso melhor amigo , nosso melhor provedor, nosso pai, e parceiro erótico. Porém frequente nas melhores relações, nas mais amigas e seguras acontecem problemas sexuais. Vejam Esther Perel discutindo a possibilidade de conciliar o desejo de segurança com a necessidade de surpresa e aventuras. http://www.estherperel.com
Vejam esta singela animação que Ilustra os horrores da Toxicodependência. No início, tudo é bem bastante agradável: Um kiwi encontra uma pepita de ouro, e além consumi-la, sente uma sensação gloriosa de bem-aventurança.
Mas essa primeira sensação boa se esvai. Então a ave continua a perseguir esse primeiro sentimento. Nesse ponto é que as coisas rapidamente ficam bastante complicadas.
Andreas Hykade, é o autor da obra intitulada This Deceptively Cute Animation Illustrates The Horrors Of Addiction. ( professor no Instituto de Animação, Efeitos Visuais e Animação Digital e na Universidade de Harvard) A animação é um daqueles maravilhosos exemplos de personagens simples e de design discreto e empático que evocam algo poderoso. Neste caso.
Você já se sentiu como a criança desta foto? Encolhida num canto? Procurando em vão não testemunhar cenas de violência? Essa violência pode ser contra você ou contra alguém de sua casa? A partir disso é possivel compreender as dores e defesas da criança, que o sujeito ainda carrega consigo quando adulto.
Provavelmente na época em que você foi criança, muito pouco era comentado sobre o tema. No entanto, hoje em dia está cada vez mais sendo debatido. Temas como violência doméstica, abuso de poder parental sobre a criança e as consequências graves que estas experiências trazem para a vida emocional das pessoas.
Os estudos contemporâneos sobre codependência, personalidade narcísicas e borderlines e outros, ampliaram o conceito de abuso infantil. Outrora quase limitado a eventos extremos, tais como abuso sexual. Atualmente considera-se que os pais abusam da criança toda a vez que não respeitam a hierarquia da relação pais-filhos. Em outras palavras, sempre que não protegem a criança e não a ajudam a se desenvolver. O vínculo pais – filhos, pressupõe uma hierarquia na qual duas pessoas adultas, resolvem ter uma criança pela qual serão responsáveis até crescer.
Basicamente são três os tipos de abusos mais encontrados:
abuso físico — violência física contra a criança ou contra pessoas da família, tendo a criança por testemunha, levando a estas dores e defesas.
abuso sexual— inclui não apenas relações sexuais de adultos ( incesto por exemplo) com crianças. Está ligada a formas variadas de insinuações sexuais e cuidados físicos abusivos por parte de adultos próximos.
abuso emocional— muito freqüente entre as famílias ditas “normais”. Implica em qualquer tipo de negligência e descuido para com as crianças, sendo freqüente uma inversão de dependências, onde se espera que a criança seja mais adulta do que é. A criança, o invés de receber cuidados, deve cuidar dos adultos carentes da casa.
Quando a gente é criança e impotente tudo o que se pode fazer diante destas situações de tensão e terror é uma submissão ressentida, plena de vergonha e humilhação e , talvez , uma promessa para o futuro do tipo : “o dia que eu crescer não vou mais permitir que isto ocorra”.
São destas promessas redentoras da dignidade da criança, nestas situações traumáticas, estressantes , desconfirmadoras e de completa impotência que sintomas são gestados. Esses sintomas podem ser fobias, depressões, personalidades narcísicas e borderlines, obesidade, etc.. Mais ainda , é do aprendizado e da tomada de decisões frente a estas situações que boa parte das escolhas neuróticas que tomamos em nossa vida adulta está calcada.
O objetivo do trabalho com a criança interna dos adultos é fazer com que eles, compreendendo as distorções e o forte impacto das experiências precoces da infância em suas vida , tomem responsabilidade. assim poderão conseguir modificar seu comportamento atual. O foco principal do trabalho não é rememorar ou culpar/perdoar os adultos que cuidaram do paciente quando criança. A ideia, sobretudo, é compreender o que estes pacientes fizeram consigo mesmos em função de como viveram as relações de dependência infantis.
Um trabalho com criança interna dos adultos visa ajudá-los a desenvolver um EU mais maduro e responsável. Tudo isso para que esse EU possa providenciar proteção e cuidados para sua parte infantil. Esta diferenciação adulto – criança vivida experiencialmente ajuda o cliente a redecidir e/ou descobrir novas formas de resolver problemas. Isso se evidencia imediatamente através de sentimentos, pensamentos, comportamentos e atitudes novas.
O importante é que o paciente não apenas rememore cognitiva e verbalmente o que se passou na sua infância. É preciso que ele re-experiencie a emoção destes eventos no presente. O psicodrama como estratégia técnica e como postura ideológica diante do ser humano é extremamente valioso nesta questão. Ele propicia o aquecimento necessário para que o drama infantil ganhe corporeidade no “ setting ” terapêutico. A partir disso temos uma atitude clínica de aceitação, respeito e continência, absolutamente necessários para o paciente rematrizar novas maneiras de lidar consigo mesmo.
Resgatar a criança – interna dos adultos é convidá-los a jogar o papel de crianças de novo. Olhar seus machucados de outrora, perceber os curativos que a própria criança se fez e deixar algumas destas feridas cicatrizarem de vez. Outras terão que ser tratadas com remédios novos de última geração. É enfim, resgatar a espontaneidade e o assombro para que o adulto torne a brincar e criar com a sua vida.
Muitas vezes amigos e conhecidos meus, leigos na temática das psicoterapias, me perguntam se não levo os problemas dos meus pacientes para casa. De algum modo parecem pensar que nós, psicoterapeutas, saímos preocupados do consultório e mal podemos dormir carregando os problemas alheios. Ou seja, questionam sobre o que chamamos de fadiga do psicoterapeuta.
Sempre respondi tranquilamente dizendo que não é exatamente assim, pois, para que alguém seja terapeuta se exige um treinamento profissional rigoroso que habilita o profissional a separar os conteúdos que são seus daqueles que pertencem aos seus pacientes.
Boa resposta talvez, para leigos ¾ que assim continuam igualmente leigos porém profundamente admirados desta nossa habilidade asséptica ¾ mas muito incompleta se quisermos realmente adentrar a natureza profunda desta questão. Até mesmo Freud ( 1910: 1565 ) que definiu o fenômeno da contratransferência, como “ a resposta emocional do terapeuta para com seu cliente”, foi superficial nesta análise.
Mais recentemente entretanto, e em função dos estudos sobre estresse profissional e violência e suas seqüelas traumáticas, um número crescente de autores tem descrito um tipo de doença bio-psico-social que acomete pessoas que cuidam de pessoas traumatizadas. Esta “doença“ tem muitos nomes na literatura ( Figley, 1995: 9)[2]: “ Estresse Pós Traumático Secundário” ; “Vitimização Secundária ”; Co-vitimização; “Traumatização Vicariante”; “Contágio Emocional “; “Efeitos Generacionais do Trauma “; “Síndrome do Salvador; “Fadiga da Compaixão”; “Síndrome do Terapeuta Queimado (burnout) ”, etc.
PSICOSSOCIODRAMA DA INVEJA . ATIRE A PRIMEIRA PEDRA SE VOCÊ PUDER!
SUMÁRIO
A INVEJA É UM FENÔMENO HUMANO UNIVERSAL E ATEMPORAL. FAZ PARTE DA ESTRUTURA DO PSIQUISMO HUMANO E ATUA SOBRE A CULTURA HUMANA E A ORGANIZAÇÃO SOCIAL. ESSE SENTIMENTO QUE COMPÕE O PSICOSSOCIODRAMA DA INVEJA É UM DOS MAIORES TABUS DA HUMANIDADE, TALVEZ APENAS EQUIVALENTE À SEXUALIDADE NO SEC.XIX.
PROIBIDA PELA BÍBLIA, COMO PECADO CAPITAL, É UM SENTIMENTO QUE TEM QUE SER MANTIDO ESCONDIDO, O QUE TORNA O SEU ESTUDO DIFÍCIL E INDIRETO. IMINÊNCIA PARDA DETRÁS DE IDEOLOGIAS QUE PREGAM A IGUALDADE, A INVEJA TEM, HISTORICAMENTE, MOTIVADO CRIMES, POLÍTICAS E REVOLUÇÕES.
POIS BEM, DIFERENTES TODOS SOMOS, HÁ QUE APRENDER A LIDAR COM ESTAS DIFERENÇAS. SERÁ QUE ISTO É POSSÍVEL? COMO SE APRENDE A LIDAR COM AS DIFERENÇAS? COMO SE CONVIVE MELHOR COM A INJUSTIÇA PRIMORDIAL DA EXISTÊNCIA HUMANA? O QUE FAZER QUANDO EU SINTO INVEJA? COMO LIDAR COM A INVEJA ALHEIA? SERÁ QUE EU PROVOQUEI A INVEJA ALHEIA? QUEM ME INVEJA PODE ME FAZER MAL, O FAMOSO “OLHO GORDO”? ESTAS SÃO AS QUESTÕES QUE ME MOTIVAM A PROPOR ESTE CURSO,NA ESPERANÇA DE NÃO CALARMOS SOBRE TEMAS VERGONHOSOS, MAS, PELO CONTRÁRIO, PERCORRERMOS, RESPEITOSAMENTE IRMANADOS, ESTE ÁRIDO CAMINHO.